Henrique Santos: Melhor notícia para o Figueirense, em 2022, veio fora do futebol

05.10.2022

Henrique Santos: Melhor notícia para o Figueirense, em 2022, veio fora do futebol

Retorno do ginásio Carlos Alberto Campos ao patrimônio do clube é grande conquista

Na entrevista concedida pelos dirigentes do Figueirense (SA, SAF, Associação), na manhã desta terça-feira, pelo menos uma boa notícia surgiu em 2022. Como detalhou o repórter Matheus Deichmann, o clube volta a ser proprietário da área onde está o ginásio Carlos Alberto Campos, ao lado do estádio Orlando Scarpelli. O imbróglio que envolvia Figueirense e prefeitura de Florianópolis se arrastava há anos e agora tem uma decisão favorável ao alvinegro.

Com o fim do imbróglio, o Juiz Jefferson Zanini ratificou a desapropriação indireta, em composição amigável do litígio. Ou seja, Figueirense e Prefeitura chegaram a um acordo, que consiste em transferência da possse do terreno ao Clube, com um pagamento referente as benfeitorias realizadas no espaço.

O valor acordado entre as partes é de R$1,1 milhão, que deve ser parcelado em 12 vezes a partir de setembro de 2024, com o limite para entrega da propriedade em agosto de 2025“, informa o repórter Matheus Deichmann (leia mais: https://www.marcounoesporte.com.br/matheus-deichmann-figueirense-tem-decisao-favoravel-em-imbroglio-envolvendo-ginasio-carlos-alberto-campos/).

No primeiro momento, fala-se numa futura área comercial a ser incorporada ao Scarpelli e explorada pelo Figueirense a partir de 2025. Até lá, muita coisa pode acontecer, inclusive com o terreno servindo como garantia a credores ou possíveis interessados em investir no mobiliário do clube. Quem sabe um acordo envolvendo uma grande construtora para construção de um novo estádio e como troca poder usar o novo empreendimento, na área do ginásio, da forma que bem entender (shopping, prédios comerciais, residenciais, etc).

Projetar o futuro faz parte, mas cabe ao torcedor celebrar essa conquista. Sinceramente, algo que nem deveria ter levado tanto tempo. Ao poder público, cabe fomentar atividades geradoras de tributos, empregos e receita ao município. O Figueirense, assim como o Avaí, emprega centenas de pessoas (direta e indiretamente), traz turistas à cidade, movimenta a economia e demanda uma gama gigante de serviços (bilheteria, segurança, alimentação, imprensa, ambulantes, entre outros) e merece um olhar especial por parte da prefeitura. Felizmente, neste caso, houve um acordo e as partes contribuem para um alívio aos cofres do clube e também da cidade.

Algumas pessoas enxergam com maus olhos uma parceria ou intervenção do poder público nas coisas ditas “privadas”. Não vou me aprofundar no assunto (público x privado), mas posso citar exemplos no Brasil e no mundo da presença do governo no esporte. Na Itália, Inter e Milan compartilham o mesmo estádio, público. Em Madrid, a prefeitura local fez parte da aquisição do CT do Real com condições especiais ao clube. Há ainda os estádios administrados pelos governos e usados, por muitos anos, por times brasileiros: Maracanã, Mineirão, Pacaembu, Mané Garrincha, Serra Dourada e tantos outros. Se são bem ou mal usados, aí é outra coisa, mas fingir que um não pode contribuir com o outro é piada.

Enfim, o debate é longo e cheio de meandros. Celebrar a aquisição da área do ginásio Carlos Alberto Campos, agora, é fundamental. Depois, pode-se cobrar o bom uso do espaço e o quanto irá gerar aos cofres do Figueirense. Até lá, 2025, muita coisa pode acontecer.

Henrique Santos

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Henrique Santos


Jornalista, administrador, especialista em gestão do esporte, blogueiro, assessor de imprensa. Apaixonado por futebol e carnaval. Como editor do jornal Alvinegro e do site MeuFigueira, blogueiro da ESPN FC, comentarista do podcast Clássico em Debate, busquei, desde 2009, carregar essa paixão pelo Figueirense com a razão que um jornalista precisa ter.

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