Não é fácil falar de quem a gente ama. O Avaí Futebol Clube tem um significado muito grande na minha vida. Desde criança já vestia o manto azurra. Comecei a ir aos jogos no início da década de 90. Pegava carona com meu vizinho no residencial Coqueiros, o seu Vanderlei, e o seu filho, meu querido amigo Guigão. Íamos de chevette bege para o sul da ilha. Antigamente não existia a Via Expressa Sul, ou seja, tínhamos que ir pela Prainha, passando pelo Saco dos Limões, Costeira, até chegar na Ressacada. Quantas e quantas vezes ficávamos parados na “bixa” em dia de jogos grandes. Nos restava ouvir pelo “raidinho” o saudoso, narrador na época, Miguel Livramento. O clima naquele tempo era diferente. Víamos dezenas de carros com bandeiras do Leão da Ilha tremulando pelas ruas de Florianópolis. Hoje não se vê mais isso.

Atletas avaianos que marcaram a minha vida

Na década de 90 ainda tive o privilegio de ver desfilar com a camisa 10: Adilson Heleno, que honra! Atletas que me marcaram nessa década, posso citar: César Silva, Cedenir, Altair, Régis, Fantick, Dão, Jacaré, Grizzo, PC, Claudiomir, Rogério Prateat, Cleber, Gauchinho, Alex Rossi, entre outros. Ahhh, tempo bom!

A nova geração, a geração do maior ídolo do clube, Marquinhos, posso citar alguns: Eduardo Martini, Flávio Kretzer, Cléber Santana, Evando, Emerson, William, Betão, e por aí vai. Sem esquecer dos ex-atletas de outras gerações que não pude acompanhar.

Títulos

Um dos títulos mais marcantes da história do clube foi o Estadual de 1988. Eu tinha apenas 4 anos, lembro vagamente. O primeiro título que assisti no estádio foi o Catarinense de 1997. O capitão do time era o lateral-esquerdo Itá. Tinha o maestro Grizzo naquele time. Jacaré era nosso matador. Foi um dia memorável. A cidade se pintou de azul e branco. Falando em pintar a cidade de azul e branco, como não lembrar do título brasileiro da Série C de 1998. Foi épico ver a Avenida Beiramar lotada. Lembro que fomos ao antigo aeroporto Hercílio Luz receber os jogadores.

Frequentei todos os setores da Ressacada. Pré-adolescente, ficava encantado com o grito da torcida, em especial a Mancha Azul. Nunca fui integrante da organizada, mas como ficava próximo, me achava “grandão” e provavelmente ficava chapado também (risos), se é que me entendem. Nas arquibancadas vibrei muito com as conquistas, mas também chorei de tristeza nas derrotas. Fiz amigos, tomei muitas também (como esquecer do “ki-suco”, famoso Maracujá Joinville, que fazíamos com uma garrafa pet cortada pela metade).

Fui sócio do Avaí por alguns anos na década de 90 e início dos anos 2000. Mas depois que entrei no jornalismo, tive que fazer uma mudança drástica na minha vida. Larguei o lado torcedor para assumir o microfone. Primeiro, no extinto portal Infoesporte. Depois fui para a rádio Guarujá, onde tive o privilegio de ser setorista do nosso amado Avaí. Foi uma experiência fantástica conviver diariamente com jogadores, colaboradores, comissão técnica e diretoria. Mas confesso que não foi fácil separar a paixão pelo lado profissional. Nunca vou esquecer de duas experiências com o microfone na mão:

O primeiro foi num Clássico na Ressacada. Na oportunidade, cobria o time do lado de lá. Infelizmente o coirmão fez um gol e tive que “narrar”, com emoção, o lance do gol deles. Confesso que foi difícil, ainda mais vendo a nação avaiana quieta no estádio.

Mas também tive momento de alegria. Naquele Clássico histórico no Estreito, onde o M10 deitou e rolou e encobriu o goleiro Neneca, estava como setorista do Leão. Vocês não tem noção a emoção e alegria que foi cobrir aquela partida e “narrando” os lances dos dois gols do Marquinhos e um do saudoso CS88. Comemorei internamente como nunca.

Não poderia deixar de mencionar o acesso de 2008. Após 30 anos o Avaí retornou a elite do futebol brasileiro. Estava na arquibancada no Setor D (ainda descoberta) com meu amigo André Zabot, quando o nosso ídolo Evando deu aquele chute no final da partida, confirmando o Leão na Série A. Na hora da comemoração, meu braço ficou adormecido, pensei que ia enfartar. Graças a Deus foi só um susto. Não esquecendo dos outros acessos memoráveis de 2014 (esse foi sofrido), 2016, 2018, 2021…

Atualmente sou Conselheiro do clube, tenho uma filha pequena de 2 aninhos que já é sócia-mirim do nosso Leão.

Poderia aqui escrever um livro para contar as histórias que vivenciei com o Avaí. Mas vou finalizar contando fatos curiosos que tive com o Leão da Ilha:

  • Fui setorista no Avaí pela Rádio Guarujá:
  • Caminhei da Ressacada até o centro pós-clássico de noite com a Mancha Azul.
  • Hoje sou Conselheiro do Clube.

Renan Schlickmann

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Renan Schlickmann


Renan Schlickmann é jornalista, ex-produtor, repórter e apresentador da Rádio Guarujá, ex-repórter da Rádio Regional e SCC SBT. Torcedor avaiano, irá trazer notícias, comentários, entrevistas e muita interação com a nação avaiana.

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Uma resposta para “”

  1. Ivonete Alaide Caetano disse:

    concordo contigo para que trazer o Douglas goleiro se já tem sobrando, onde precisamos de um meia urgente.

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