06.09.2023
Renan Schlickmann
É inegável a recuperação do Avaí na Série B no comando do técnico Eduardo Barroca. Em 10 jogos à frente do Leão, foram 4 vitórias, 3 empates e 3 derrotas. É bem verdade que ele “ganhou” um novo time na janela de transferências que fez muito bem ao clube azurra. Mas não podemos mascarar os erros do treinador avaiano.
Todos nós sabemos o esquema adotado pelo Barroca: 4-3-3. Desde o ano passado, na Série A, ele adota esse esquema, com três atuando na frente. Não sou totalmente contra, mas vejo que ele faz poucas variações. As escolhas preferidas dele na meia cancha geralmente são Wellington, Eduardo e Gava. Na opinião deste que vos escreve, creio que o Gava tem mais característica de camisa 8, ou seja, terceiro homem do meio-campo. Mas como o Barroca opta por três, ele acaba ficando como o homem de criação e fica isolado na criação das jogadas. Eu optaria, muitas vezes, com mais um jogador no meio, quem sabe testando Edinho – já atuou de 10 no Bangu no Campeonato Carioca deste ano – ao lado de Gava. Meu meio-campo ficaria com Wellington (Xavier), Eduardo, Gava e Edinho. Se quisermos ser mais ousados, podemos colocar Wellington, Gava, Edinho e Andrey. Aliás, o Andrey precisa receber mais oportunidades.
Vocês perceberam que desde a passagem de Barroca no ano passado, geralmente o time rende somente uma etapa? Claro que passa muito pela característica do treinador, já que a equipe joga com intensidade e com isso acaba desgastando alguns jogadores. Isso já custou muitos resultados. Lembro de alguns jogos, em 2022, quando o time voava no 1º tempo. Chegava na etapa final o time desgastava e levava a virada ou empate. Sem esquecer dos gols sofridos no início da etapa final de jogo.
Enquanto não buscar o equilíbrio durante os 90 minutos, vai ficar muito difícil de segurarmos os resultados. Não é possível que não detectaram isso. Isso ficou nítido na partida contra o Vila Nova-GO fora de casa. O primeiro tempo foi quase perfeito, onde poderíamos ter aplicado uns 3 a 0. No segundo tempo o time morreu, ficou enterrado e sofremos o empate. Nesse último jogo foi ao contrário. Começamos apagados, numa morosidade grande. Só resolvemos jogar contra o Atlético-GO na etapa final, mas foi tarde demais, ainda mais com a expulsão do Denilson.
Acho o técnico Barroca um bom treinador, dentro e fora do campo. É quase unanimidade o elogio em cima do trabalho do dia a dia do comandante azurra. Além disso, outro fator muito importante é o relacionamento com os atletas. Ele tem o grupo na mão, isso é fundamental para que se tenha um ambiente agradável de se trabalhar. A única ressalva que tenho, é justamente nos 90 minutos. Creio que a leitura do Barroca não é das melhores. Sabemos que só ele e a comissão técnica sabem o que se passa internamente durante a partida, mas as escolhas, na minha visão, são equivocadas (claro que nem sempre).
O Avaí é o clube que mais teve jogadores expulsos até aqui na Série B. Foram nove cartões vermelhos aplicados em 26 jogos, cerca de um a cada três partidas. Claro que isso não é culpa exclusiva do técnico Barroca. Longe disso. É responsabilidade dos jogadores que muitas vezes deixam o time na mão. Em diversos jogos pontuais o Leão foi prejudicado por atuar com jogadores a menos. Vale muito a comissão técnica ‘puxar a orelha’ dos atletas indisciplinados.
Essas criticas (construtivas) sobre o trabalho do técnico Barroca não eximem a responsabilidade dos atletas. Muitas vezes o trabalho é bem feito, as escolhas teoricamente são as melhores, mas os jogadores deixam a desejar, sejam técnica e disciplinarmente.
Quem sabe por essas questões que levantei acima, sobre a não variação no esquema de jogo; sobre a não leitura da partida em muitos jogos, fazem com que Eduardo Barroca não tenha um trabalho há longo prazo nos clubes onde passa. Claro que todos esses pontos levantados levam aos resultados negativos e, consequentemente a demissão do profissional. Torço que ele evolua nesses pontos e que possa ter vida longa no Leão da Ilha.
Foto: Leandro Boeira/Avaí F.C
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