Mário Medaglia: O jogo da vida e o voo da morte

24.09.2021

Mário Medaglia: O jogo da vida e o voo da morte

bola

O Avaí enfrenta o CRB neste sábado, 18h30, em Maceió. É adversário direto na luta por uma vaga no acesso, quatro pontos à frente junto com o Botafogo, derrotado pelo CSA por 2 a 0 no encerramento da 25ª rodada quinta-feira.

Somados os pontos imperdíveis perdidos dentro e fora de casa, todos os jogos são “jogos da vida”, como gostam de definir os comentaristas. O Avaí não pode mais se dar ao luxo de pensar que empate fora de casa é bom resultado. Claudinei passou a ter uma bala só no tambor. Não pode mais errar nenhum tiro sob pena de ficar dependendo da matemática. Aliás, não só ele, seus jogadores também.

Não é justo jogar nas costas do treinador toda a responsabilidade pelos resultados, embora ele goste de deixar bem claro nas entrevistas o “eu perco, eles ganham”. Acho que aprendeu com o Renato Gaúcho a fala do “eu confio no meu grupo”. Simples assim, Claudinei tem que acertar na escalação e no esquema, e os jogadores o gol adversário. Ou então babaus série A em 2022.

Impunidade

A Polícia Federal de Corumbá, em Mato Grosso do Sul, prendeu quinta-feira (23) a boliviana Celia Castedo, controladora responsável por assinar o plano de voo do avião da Chapecoense, em 2016. É a última notícia sobre a queda do avião da LaMia que matou 71 pessoas, entre jogadores, convidados da Chapecoense, membros da imprensa e funcionários da empresa.

Vai dar no quê a prisão da colombiana, que estava asilada no Brasil desde 2016, depois de receber ameaças de morte por declarações sobre o voo?

Cabe a pergunta, porque até hoje familiares dos mortos no acidente esperam por decisões da justiça e pelas indenizações a que têm direito. A CPI da Chapecoense, instalada pelo Senado Federal em dezembro de 2019, com duração prevista até agosto de 2020, foi interrompida por causa da pandemia.

Depois de sete reuniões, ouvidas mais de uma dezena de pessoas diretamente envolvidas com o desastre aéreo, de repente não se soube mais da CPI. O caso envolve seguradoras e corretoras multinacionais poderosas como a japonesa Tokio Marine e a britânica AON Benfield, além da LaMia e das autoridades de fiscalização de voos da Bolívia, Brasil e Colômbia.

O presidente da CPI, o senador catarinense Jorginho Mello, e o relator, Izaia Lucas, renunciaram. Dos seus membros mais atuantes, apenas o senador Esperidião Amin tem se interessado pela sua continuidade. Mas até agora a única certeza que se tem é que os responsáveis pela queda do avião permanecem impunes e as famílias das vítimas seguem sem respostas das instituições a quem caberia levar adiante o processo de responsabilização.

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