Shakhtar 0 x 5 Real Madri, pela Liga dos Campeões, teve 14 jogadores brasileiros em campo. Isso quer dizer muito no momento em que se discute sobre uma seleção brasileira apática e desfigurada, apesar da boa campanha nas Eliminatórias.

É inevitável que as opções de Tite sofram transformações radicais no curto período que nos separa do Mundial do Catar. Já aconteceu com Raphinha. Ele apareceu, deu conta do recado e botou minhoca na cabeça do treinador. Quem viu a montoeira de brasileiros em campo, no jogo do Real e em outros pela Liga, pode imaginar que, se não temos uma das melhores seleções do mundo, podemos mandar a campo pelo menos um time que possa tentar ir longe, aliando técnica e experiência das competições europeias.

A imagem que temos da formação atual não é nada entusiasmante, mesmo com invencibilidade e classificação antecipada para a Copa. Não há como ignorar que o futebol que se joga na Europa atualmente é mil vezes melhor que o nosso. Não há ufanismo que consiga embaçar a visão que formamos sobre o Brasil e Tite precisa aceitar que devemos melhorar muito. Itália, França, Espanha, Inglaterra, Bélgica e a recuperada Alemanha serão enfrentamentos muito difíceis. E não devemos desconsiderar a Argentina. A rivalidade é um tormento.

O material disponível por aqui é sofrível. Os melhores estão envelhecidos, alguns repatriados, e os mais jovens não inspiram confiança como selecionáveis. A Liga dos Campeões é que está nos mostrando o caminho, infelizmente. Tite será obrigado a mudar suas opiniões. Urge aproveitar melhor Vinicius Júnior e botar miolo na cabeça do Neymar. Se o jovem Vinicius ainda não se mostrou um craque, certamente está aparecendo como uma boa solução para a extrema esquerda. Gabigol e Gabriel Jesus não entregam o que se espera deles. Na outra ponta já apareceu o Raphinha. Que tal um de cada lado? É o exemplo de uma experiência que precisa estar no radar do nosso técnico. Essa e outras que cada rodada da Liga nos aponta. A não ser que o futebol penta campeão não vá ao Catar como postulante ao título. O que para a mídia e para o torcedor brasileiro é impensável.

Treino da Seleção Brasileira na Granja Comary. César Sampaio, Matheus Bachi e Cléber Xavier
Foto: Lucas Figueiredo/CBF

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