Uma decisão importante como a deste domingo não fica nos limites das quatro linhas, envolve bem mais do que a bola rolando, antes, durante e depois. Há muitas questões a serem pesadas além da escalação e da tática de jogo. A primeira delas já foi resolvida a favor do Avaí, com a liberação para 100% da torcida na Ressacada. Os ingressos foram esgotados em um dia, assim que as autoridades do governo anunciaram a boa nova.

Bom para os cofres e para os jogadores, que não enxergarão cadeiras vazias. Pelo contrário, ouvirão o apelo entusiasmado da torcida vestida de azul. O adversário, quem sabe, se sentirá intimidado. Influência no estado emocional, é “uma faca de dois legumes”, como diria o folclórico presidente corintiano, Vicente Matheus.

A movimentação de um estádio lotado por torcedores da casa pode servir de estímulo ou enervar os jogadores. Acredito mais na primeira hipótese porque não se trata de um time de garotos, a maioria, a começar pelo capitão Betão, tem experiência suficiente para absorver positivamente a pressão da arquibancada.

O Sampaio Correia vem a Florianópolis com objetivo modesto, o de aproveitar a última chance de ficar entre os dez primeiros na classificação final da série B. É o que diz matéria do jornal “Imparcial”, de São Luiz, a capital maranhense. Não duvido da “imparcialidade” da imprensa de lá. No entanto, não levo muito em conta essa história de vir aqui para jogar de sangue doce.

O Avaí que se cuide e não caia nesta armadilha. Conhecemos muitas histórias de o excesso de confiança derrubar favoritos diante de adversários motivados, quem sabe, por um extra para os presentinhos do Natal. A gente nessa época às vezes se surpreende com as andanças do “bom velhinho”.

O Avaí tem que usar as suas armas, a melhor delas o time entrosado e “cascudo”. E parem com essa ladainha sobre fim de temporada, cansaço, coisa e tal. Até porque é meia verdade, pois o time tem jogado somente aos domingos, espaço suficiente para Claudinei não alegar falta de tempo para treinamento. O desfalque do Jean Cleber, machucado, tem lá sua importância, claro. É aí que entra o dedo do técnico. Ele tem que achar a melhor solução para não desintegrar o meio campo.

Todo mundo sabe que esta decisão não vale apenas o acesso pelo acesso. Antes de ir para o estádio ouça o hit que Simonal cantava: “vesti azul, minha sorte então mudou…”. Então faça isso, torcedor avaiano, este jogo vale muito. O time está às portas do acesso, o presidente Batistotti tem uma eleição pela frente e sonha com a possibilidade de contar com as cotas da tv na série A, que pode representar belo empurrãozinho na sua candidatura, além de dar uma boa aliviada nos cofres da Ressacada em 2022.

Foto: Divulgação/Avaí

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