Mário Medaglia: A Velhinha de Taubaté é uma otimista

13.10.2021

Mário Medaglia: A Velhinha de Taubaté é uma otimista

Tenho acompanhado as entrevistas do presidente Norton Bopré. Ficha de cidadão honrado, alvinegro autêntico, é um dos que luta para tirar o clube do fundo do poço, o que não se mostra como tarefa das mais fáceis. É admirável o esforço destes abnegados. No entanto, suas falas apontam para o quadro real e desesperador do Figueirense e nesse contexto, nem a Velhinha de Taubaté acredita no sucesso da empreitada, imaginem o torcedor.

Informando aos mais jovens e aos que não a conheceram no passado, a Velhinha de Taubaté é um personagem de humor criado pelo escritor e cronista Luís Fernando Veríssimo. Ficou famosa por ser “a última pessoa no Brasil a acreditar num governo”, na época o do general Figueiredo”.

A Velinha poderia acreditar em solução a curto e médio prazo, com algum midas que decida encarar as dívidas e estragos do passado que atormentam o presente e ameaçam o futuro. Diante do tamanho do rombo, que tipo de investidor poderá fazer a Velhinha esperar por uma temporada melhor em 2022? As parcerias são efêmeras e atendem, prioritariamente, os interesses de quem disponibiliza jogadores e quer lucrar com eles. É o velho ditado, “Mateus, primeiro os meus, depois os teus…”

Quem mandou embora Paulo Prisco Paraíso e sua turma, abriu os portões do Orlando Scarpelli para uma administração de gente suspeita. Teriam que ressarcir o clube, devolvendo pelo menos parte da pilhagem. Mas estão todos foragidos, carregando o butim e a culpa de quem acusou Paulo Prisco de vendilhão, expulsando-o do templo.

Fatos & versões

Quando o time vai mal é porque os jogadores estão boicotando o trabalho do técnico. A cada demissão dos “professores”, uma rotina que atende sem limites a cultura do futebol de resultados, lá vem a cantilena: “fulano perdeu o vestiário”

A última vítima foi Luiz Felipe Scolari. Em meio a muitas versões – a primeira acusa o Felipão de ultrapassado -, a que acaba vingando é a da perda do comando. Além dos maus resultados e da ameaça de rebaixamento, o treinador gremista teria sido intimado no vestiário por alguns jogadores, descontentes com o esquema de jogo. Scolari desmentiu com veemência, classificando a informação como “cafajestada”.

Nos corredores gremistas é forte a versão sobre mais esta intervenção indevida de comandados, a tal quebra de hierarquia. Nesse caso, e somando outras especulações que aparecem sempre que um técnico é demitido, começo a desconfiar que os fatos estão superando as versões, tornando realidade o que custo a acreditar: os jogadores, quando querem, derrubam qualquer treinador. Ainda assim, continuo, talvez ingenuamente, parceiro da Velhinha de Taubaté. Custo a crer que jogador, quando quer, derruba mesmo o treinador. Então é melhor entregar a prancheta para a um dos alunos, ajudando a aliviar os cofres do clube. “Professor” pra que? Custa caro e não sabe mais ensinar.

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