Mais ousada em suas escolhas, que a maioria das meninas, e extremamente bem resolvida desde os seus primeiros passos, a catarinense Natália Pereira vem conquistando seu espaço dentro e fora de campo. Prova disso é que sua história chamou tanta atenção que foi escolhida, entre milhares no mundo, para ser contada no livro “Living the Confidence Code!”, das autoras best-sellers Katty Kay, Claire Shipman e JillEllyn Riley.

A obra reúne 30 histórias reais de garotas que estão em busca de suas paixões. De Bali ao Brasil, da África do Sul a Seattle, da Austrália ao Afeganistão, são relatos de meninas que correram riscos, duvidaram de si mesmas e às vezes falharam. Mas também aguentaram firme quando as coisas ficaram difíceis e lutaram para atingir o seu objetivo.

Mas não para por aí. Nessa mesma obra, Nati também é citada no relato da jogadora de futebol profissional americana, Rose Lavelle. A atleta não poupou elogios para a nossa brasileirinha. Segundo palavras da própria Rose no livro, Nati construiu a sua confiança, ignorando os obstáculos, focada na paixão pelo futebol. Além disso, em outro trecho, ela destaca que, quando parecia que não existia um lugar, a jovem atleta brasileira foi lá e criou o seu próprio espaço.

Tudo isso é fruto de uma entrega que vem, podemos dizer, desde o berço. Nati investe pesado em campo mirando no desejo de ser profissional. E, com isso, vem ocupando muitos espaços que antes eram só dos meninos. Principalmente em Santa Catarina, estado natal da atleta, onde aos 9 anos foi selecionada em uma disputada peneira e passou a ser a única menina a compor a categoria de base de um time masculino de futebol profissional no Brasil, no Avaí Futebol Clube.

Desde então, é tratada como uma das maiores promessas do futebol feminino no Brasil. “A minha luta pra conseguir um time para treinar foi contada como história em quadrinhos e eu estou muito feliz e orgulhosa, mesmo sabendo que este é só o começo para realizar meu sonho de ser jogadora de futebol”, comemora Natália.

Manezinha de Florianópolis, Nati tem um drible de dar inveja a muito marmanjo. De criança só a idade, 12 anos, e a baixa estatura. Porque a força do chute e a determinação é de uma verdadeira veterana dos campos. Que para não ter seu desempenho prejudicado pela pandemia, manteve sua rotina de treinos específicos e funcionais em dia. Mesmo que para isso fosse necessário improvisar na sala de casa um espaço fitness.

“Por mais maluca que a ideia pareça, as crianças deveriam sempre ser incentivadas a seguir os seus sonhos. Mesmo que isso não seja para o resto da vida, é muito legal poder fazer aquilo que a gente gosta. E claro, o apoio da minha família ajuda muito, já que não consigo imaginar a minha vida longe da bola”, destaca a atleta.

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