Nesta segunda-feira, às 15h, o goleiro Wilson concede entrevista coletiva no estádio Orlando Scarpelli para, provavelmente, anunciar sua aposentadoria dos gramados. A informação trazida pelo repórter Matheus Deichmann logo após a vitória sobre o Inter de Lages, no sábado, dá conta de que Wilson assumirá a gerência de futebol do Figueirense.

Ele fez sua última partida na Série C, mas sequer conseguiu terminar a competição nacional devido a uma lesão no ombro. Assim como na temporada passada, o goleiro passou por cirurgia e perdeu o Campeonato Catarinense. A expectativa, no entanto, era que voltasse no Brasileiro assim como ocorrera em 2023. Pelo visto, não acontecerá!

Para o torcedor alvinegro é mais um golpe no seu sofrido coração, haja vista a trajetória e a idolatria pelo goleiro. Hoje, aos 40 anos, Wilson é um veterano que mais cedo ou tarde colocaria fim na carreira. Foram poucos clubes ao longo de 20 anos como profissional, porém destaque por onde passou. Foi assim no Figueirense de 2007 a 2012 e depois em 2022 e 2023. Ainda teve sucesso no Vitória e, principalmente, no Coritiba.

Curiosamente, vi Wilson desembarcar no Scarpelli vindo do Flamengo. Era um jovem, que não teria espaço na Gávea, e chegava ao Figueirense com a missão de substituir Andrey após um belo Campeonato Brasileiro naquele time mágico de 2006 comandado por Adilson Batista e depois por Waldemar Lemos.

Wilson não era alto, nem espalhafatoso. Estava mais para o perfil de goleiro de futsal. Com grandes defesas, liderança, títulos, acessos e postura exemplar dentro e fora de campo, além de gols de falta e pênaltis, ganhou música e camisa exclusivas. Depois de Fernandes, é o maior ídolo da minha geração no Figueirense.

Em 2012, saiu do clube e, impedido de se despedir da torcida, participou de uma pelada organizada por mim e tantos outros amigos alvinegros na chamada “Despedida dos Ídolos”. Felizmente voltou ao clube para mais duas temporadas e foi, em duas campanhas de Série C, um dos principais jogadores, líder e até artilheiro do time.

Enfim, o tempo passa para todos e chega a vez do goleiro dar adeus aos gramados, mas não ao Figueirense. O cara que “voa como um gavião” tem se preparado para ser gestor e a partir de agora assume essa missão, a de ser o elo entre futebol e diretoria, auxiliando o técnico João Burse e os dirigentes Marco Aurélio Cunha e Enrico Ambrogini no dia a dia do clube.

Lamento a aposentadoria, mas entendo sua decisão. Torço, a partir de amanhã, pelo gerente e não mais pelo atleta! Só resta deseja sucesso a Wilson, o mesmo que teve em campo defendendo a camisa alvinegra por quase 10 anos.

Carreira

781 jogos
– Figueirense (373 partidas)
– Coritiba (296)
– Vitória/BA (90)
– Olaria/RJ (8)
– Flamengo/RJ (7)
– Portuguesa/RJ (4)
– Atlético Mineiro (3 partidas)

– 11 gols marcados pelo Coritiba e 8 gols pelo Figueirense.

– Campeão catarinense em 2008 pelo Figueirense, campeão baiano em 2013 pelo Vitória e campeão paranaense em 2017 pelo Coritiba. Ainda conquistou o vice-campeonato da Copa do Brasil (2007) e o acesso à Série A (2010) pelo Figueirense