11.04.2024
Jogos devem ser pensados como forma de facilitar presença de público nos estádios e cidades
No próximo sábado, 13, tem início o Campeonato Brasileiro Série A. As segunda, terceira e quarta divisões começam mais pra frente. Até o momento, a CBF não divulgou as tabelas desmembradas com datas e horários das partidas envolvendo os times da B, C e D. Para nós, de Florianópolis, são os jogos que envolvem Avaí e Figueirense, mas também Brusque e Chapecoense; bem como Concórdia, Barra e Hercílio Luz.
Sem as definições, sonho que a CBF faça uma tabela pensada no público, torcida visitante, turismo, serviço e fomento da economia. Jogos em dias e horários propícios a isso tudo. Times de cidades próximas aos finais de semana, por exemplo. Como disse, no sábado tem Criciúma x Juventude, às 18h30, no estádio Heriberto Hulse, possibilitando que os torcedores visitantes possam sair da Serra Gaúcha rumo ao Sul de Santa Catarina para ver o jogo e, além disso, consumir nos shoppings, bares e restaurantes, hospedar-se nos hotéis da região, etc.
Na nossa realidade da Grande Florianópolis, envolvendo Avaí e Figueirense, menciono os confrontos entre times de cidades próximas possíveis de fomentar o turismo e a economia locais. Avaí x Coritiba (aqui e no Paraná), Caxias x Figueirense (no Rio Grande do Sul) são duas partidas capazes de levar centenas de torcedores aos estados vizinhos caso sejam realizadas em dias e horários propícios, como sábado e/ou domingo.
Em 2009, fui ver Figueirense x Paraná e Figueirense x Juventude em Curitiba e Caxias. Viagens “curtas” e que envolveram hospedagem, alimentação, consumo em shopping, etc. Numa delas, a família foi junto. E mesmo não indo ao jogo, estiveram na cidade só por causa do jogo.
Obviamente, sei que o calendário não permite colocar todas as rodadas focando no turismo e nem todos os times têm a mesma demanda, especialmente no caso do Santos na Série B. Certamente, será o grande player da segunda divisão e, por onde for, levará multidões aos estádios caso esteja bem na classificação.
No entanto, no que for possível, a CBF deveria pensar em tudo o que movimenta um jogo de futebol, como já disse aqui https://www.marcounoesporte.com.br/henrique-santos-a-cadeia-produtiva-e-economica-do-futebol-brasileiro-e-de-florianopolis/ e pensar no todo (turismo, comércio, serviços, economia) ao invés de focar somente na audiência da televisão/internet/payperview.
“Para cada 1% de aumento da taxa de ocupação média dos estádios do Campeonato Brasileiro, seriam gerados aproximadamente R$ 4 milhões em todo o campeonato, isso desconsiderando um provável e natural incremento do ticket médio. Realizamos o mesmo exercício para a geração de empregos nos estádios, onde poderiam ser gerados aproximadamente 8 mil novos empregos diretos no matchday, um aumento de 14% de postos de trabalho nos estádios utilizados na Série A”, Gustavo Hazan, analista da Ernst & Young e CBF.
Por fim, pego trecho de reportagem da revista “Forbes” que destaca previsão de economistas de que a turnê da cantora Taylor Swift é capaz de aumentar o PIB de Cingapura em mais de US$ 200 milhões (quase 1 bilhão de reais) por, entre outros motivos, um aumento de 10% nas reservas de hotéis, demanda de voos ao país e toda a geração de receita nos seis shows que a cantora norte-americana fará para 55 mil pessoas, cada, no estádio local.
Neste caso, a turnê de Taylor Swift envolveu negociação entre a cantora e o governo local, garantindo que o único país do Sudeste Asiático na etapa da “Eras Tour” seja Cingapura. Até por isso, considero inteligente que o poder público tivesse a iniciativa de solicitar à CBF uma tabela dirigida para fomentar turismo e aquecer a economia em razão do futebol.
Como disse acima, basta querer!
Por
Henrique Santos
Jornalista, administrador, especialista em gestão do esporte, blogueiro, assessor de imprensa. Apaixonado por futebol e carnaval. Como editor do jornal Alvinegro e do site MeuFigueira, blogueiro da ESPN FC, comentarista do podcast Clássico em Debate, busquei, desde 2009, carregar essa paixão pelo Figueirense com a razão que um jornalista precisa ter.
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