Enquanto o Figueirense, bem organizado de novo pelo técnico Paulo Baier, conquistou um baita empate diante do Remo, o Avaí tropeçou em casa diante do Londrina, ambos no sábado, mais um racista deitava sua cabeça no travesseiro achando estar impune após cometer um crime.

Logicamente estou citando o episódio relatado pelo volante Wellington, recém-chegado ao Avaí, que teve uma banana deixada na porta de sua casa. Na foto publicada nas redes sociais, ainda na sexta-feira, o jogador diz que sua esposa vem sofrendo tal “covardia” faz algum tempo. Wellington, cuja carreira é vitoriosa e cheia de grandes clubes (Fluminense, Vasco, Atlético-PR, entre outros), certamente ganhou bastante dinheiro no futebol. Mas para racistas, o fato de ser preto não condiz com seu status social, pois, para esses criminosos, tal privilégio é apenas para brancos, heterossexuais, sulistas.

Espero não haver impunidade neste e em tantos outros casos de racismo no futebol e na sociedade. Também torço por uma ação do volante Wellington e sua família, procurando a polícia, a justiça e fazendo cumprir a lei. Lamento ainda que a proximidade, a queda das fronteiras especialmente em virtude da tecnologia, fruto da globalização, tenha dado voz a idiotas que encontram ressonância em mentes doentias alavancadas nas redes sociais. Quanto menor a distância, maior a segmentação. Assim, os nichos se procuram e agridem (de diversas formas) aqueles que julgam diferentes e/ou inferiores.

Infelizmente não se trata de fato isolado, porém, só com punição severa prevista em lei, casos como o enfrentado por Wellington e sua família serão cada vez mais raros.

“Em janeiro, foi publicada no Diário Oficial da União a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Lei 14.532, de 2023, que tipifica como crime de racismo a injúria racial, com a pena aumentada de um a três anos para de dois a cinco anos de reclusão. Enquanto o racismo é entendido como um crime contra a coletividade, a injúria é direcionada ao indivíduo”.

Por

Henrique Santos

---

Jornalista, administrador, especialista em gestão do esporte, blogueiro, assessor de imprensa. Apaixonado por futebol e carnaval. Como editor do jornal Alvinegro e do site MeuFigueira, blogueiro da ESPN FC, comentarista do podcast Clássico em Debate, busquei, desde 2009, carregar essa paixão pelo Figueirense com a razão que um jornalista precisa ter.

Fale com o colunista