Na quarta-feira, 22, acabou o primeiro semestre para o Figueirense. Eliminado do estadual, sem disputar a Copa do Brasil, resta ao alvinegro somente o Campeonato Brasileiro da Série C e a Copa SC. A competição nacional começa nos primeiros dias de maio, já a copinha deve ser realizada a partir de agosto.

Da despedida local ao certame brasileiro, o Figueirense ficará quase 50 dias sem entrar em campo oficialmente. Neste período, não haverá jogos e por consequência renda oriunda das bilheterias, dos novos associados motivados pelo desempenho nas partidas, exposição na mídia, patrocinadores, anúncios de placas, venda de produtos oficiais, etc. Afinal, quem não é visto não é lembrado.

Obviamente, o Figueirense continuará ativo, motivando debates, mas ficará basicamente restrito a novas contratações (treinador e jogadores) e previsão de desempenho na Série C. Além disso, pode haver uma ou outra campanha de marketing e promessas dos dirigentes de retomada financeira do clube como já vimos dezenas de vezes nos últimos três anos em que essa administração comanda o alvinegro.

Sob o ponto de vista mercadológico, o Figueirense (e o Avaí também) “parado” é uma “pancada” forte para todo o segmento esportivo na Grande Florianópolis. Perdem as rádios, as emissoras de TV, o tiozinho da pipoca, os bares do entorno do Scarpelli, hotéis, etc. A cadeia toda ficará órfã por 50 dias sem futebol no Estreito. Outro fator preocupante é a fuga dos torcedores, sócios, ou como se diz no marketing, das “personas“. Sem o hábito de consumir, de estar ciente das coisas do dia a dia do clube, o “torcedor comum” (não o fanático apaixonado) procura outras distrações, outros programas para ocupar seu tempo. Assim, só se mantém o fiel, cada vez em menor número, ou aquele que é muito estimulado como aconteceu na reta final da Série C de 2022.

Ainda nesse espectro, o povo vai relegando a segundo plano àquele que nos faz sofrer, afinal ninguém sai de casa para se irritar com o futebol, dentre outras coisas, apresentados no Scarpelli. Sem atratividade, o produto perde valor, prova disso as recentes frustrações oriundas da mídia (que também não vai pagar por um produto fraco) como o adiamento do Clássico por causa de Flamengo x Palmeiras, a falta de transmissão via canal fechado por mais um ano e até mesmo o foco na final da Champions enquanto o Figueirense jogava (para poucas pessoas) num sábado à tarde.

Enfim, o tempo vai passar e o alvinegro voltará a campo, mas até lá o tombo será grande no futebol de Florianópolis.

Por

Henrique Santos

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Jornalista, administrador, especialista em gestão do esporte, blogueiro, assessor de imprensa. Apaixonado por futebol e carnaval. Como editor do jornal Alvinegro e do site MeuFigueira, blogueiro da ESPN FC, comentarista do podcast Clássico em Debate, busquei, desde 2009, carregar essa paixão pelo Figueirense com a razão que um jornalista precisa ter.

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