Em 2023, completei 36 anos. Filipe Luís fez 38. Não sou atleta, mas percebo a diferença nas atividades diárias de quando eu era jovem. Há coisas complicadas ou mais difíceis de serem feitas. Há mais cansaço, mais dores, menos recuperação. Repito, não sou atleta, sendo assim as limitações incomodam, mas não me impedem de exercer minhas atividades físicas. O tempo é implacável, especialmente para quem depende do desempenho do corpo. Foi assim com Filipe Luís.

O lateral-esquerdo revelado pelo Figueirense conquistou o mundo e neste domingo pendurou as chuteiras em seu clube de coração: o Flamengo. No rubro-negro desde 2019, venceu quase tudo (exceto o mundial) e desfilou seu talento dentro e fora de campo. Antes disso, foi campeão por onde passou, começando pelo Campeonato Catarinense de 2003 e 2004. Venceu na Europa e na seleção brasileira.

Felizmente acompanhei toda a carreira de Filipe Luís desde o momento do anúncio de sua vinda ao alvinegro após surgir num treino enquanto o clube realizava pré-temporada em Jaraguá do Sul. Vi seus primeiros momentos no time profissional alçado pelo treinador Vagner Benazzi na reta final do estadual 2003, sua presença muitas vezes como meia revezando com André Santos no time comandado por Dorival Jr e as grandes atuações na Europa, especialmente no Atlético de Madri.

Quis o destino que Filipe Luís voltasse ao Brasil para atuar no Flamengo, a qual também sou torcedor. Por cinco temporadas ele desfilou em campo. Nos últimos anos, porém, o tempo foi implacável. Sofreu com algumas lesões e seu desempenho não se mantinha no calendário de dois jogos por semana. Agora, no entanto, o menino franzino que vimos nascer para o futebol já é quase um quarentão e infelizmente se retirou dos gramados.

Resta-nos, como torcedores e amantes do esporte, apenas agradecer a Filipe Luís por honrar não só as camisas que vestiu, mas por ser um representante digno da magia com a bola. Obrigado!

Foto: Divulgação Figueirense FC

Por

Henrique Santos

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Jornalista, administrador, especialista em gestão do esporte, blogueiro, assessor de imprensa. Apaixonado por futebol e carnaval. Como editor do jornal Alvinegro e do site MeuFigueira, blogueiro da ESPN FC, comentarista do podcast Clássico em Debate, busquei, desde 2009, carregar essa paixão pelo Figueirense com a razão que um jornalista precisa ter.

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