11.01.2024
Valor exorbitante restringe e mata o futebol
O Criciúma anunciou nesta semana os valores dos ingressos para a temporada 2024. Logo de cara, o Tigre encara o Marcílio Dias pela Recopa Catarinense e depois estreia no estadual diante do Figueirense, em 20 de janeiro, às 16h30. Tanto os torcedores marcilistas quanto alvinegros terão que pagar R$ 200 caso queiram acompanhar a partida in loco no estádio Heriberto Hulse.
Justifica o clube que o valor adotado é para priorizar os sócios e também pelo fato de estar na Série A quando enfrentará Flamengo, Palmeiras, Grêmio, Inter, etc, certamente com casa cheia, especialmente o setor visitante. Embora haja defensores de tal medida, pra mim soa como abusiva.
É um absurdo o Criciúma (ou qualquer outra equipe) cobrar R$ 200 para um jogo do futebol. Em outubro, critiquei os R$ 120 cobrados pela diretoria do Avaí no Clássico pela Copa SC (relembre abaixo) https://www.marcounoesporte.com.br/henrique-santos-com-ingressos-a-r-120-estao-matando-o-classico-avai-x-figueirense/
Na época critiquei os avaianos e, agora, critico o Criciúma. Afastar o povo (ou o visitante) do estádio é mais um gol contra de quem faz e deveria gostar do futebol. A essência popular é morta a cada dia, tanto que os estádio estão tomados, cada vez mais, por gente que só olha o jogo, tira selfie e vaia na primeira dificuldade. Aquele grito, o clima proporcionado pelo povão fica no último plano ou somente vindo das organizadas.
Limitar o público consumidor a menos de 20 mil pessoas é outro gol contra. Se há 18 mil sócios (no caso do Criciúma), serão mais mil ou dois mil torcedores no estádio que vão escolher um único jogo no ano. Mas o ano acabará e nem sempre o Criciúma estará na elite, como não estava há dois anos. O futuro está esmagado com tal preço exorbitante e o mercado estrangulado. O povo que veja pela TV, porém, este provavelmente vá preferir acompanhar os times de Rio, SP, Porto Alegre ou mesmo da Europa. Talvez, como sempre digo, optem por ir ao cinema, teatro, praia, parque, shopping, onde se gasta menos e há o conforto do ar-condicionado, alimentação, estacionamento, etc.
Os R$ 200 restringem e matam o futebol.
Por
Henrique Santos
Jornalista, administrador, especialista em gestão do esporte, blogueiro, assessor de imprensa. Apaixonado por futebol e carnaval. Como editor do jornal Alvinegro e do site MeuFigueira, blogueiro da ESPN FC, comentarista do podcast Clássico em Debate, busquei, desde 2009, carregar essa paixão pelo Figueirense com a razão que um jornalista precisa ter.
Ao publicar um comentário, você concorda automaticamente com nossa política de privavidade e nossa política de cookies
cadê o Procon de Criciúma, fez uma média contra o Avai e agora ?