Como falei no post anterior, o Figueirense errou ao trazer o técnico Roberto Fonseca, mas acertou ao demiti-lo, assim como acerta ao contratar o novo comandante para o resto da temporada. Paulo Baier ainda é emergente na carreira, porém, em pouco tempo possui conquistas que o gabaritam a treinar o alvinegro na Série C.

Baier subiu com o Botafogo-SP, em 2022, justamente mostrando aquilo que está em falta ao seu novo time: organização. Se mantiver a estrutura de trabalhos anteriores, o Figueirense tende a ser reativo, defensivo e até mesmo “retrancado”, porém, jamais bagunçado ou “covarde” como criticou o técnico do São Bernardo quando enfrentou, e venceu, o time de Roberto Fonseca e dos jogadores que respaldaram a postura não condizente com a história centenária do alvinegro.

Além de chegada do novo técnico, a diretoria ainda segue no mercado em busca de contratações. Pelas deficiências do atual elenco, especialmente na defesa, e o estilo de atuar (três zagueiros ou até mesmo linha de cinco), o Figueirense precisará de novos defensores, haja vista a lesão de Otávio Gut e a aposentadoria de William Matheus. Cito isto, pois o ataque tem cumprido sua missão, principalmente no Scarpelli quando fez gols em todos os jogos, mas a defesa tem sofrido. Se não fossem os milagres de Wilson, a situação seria ainda pior.

Sem os reforços para o jogo deste sábado diante do Brusque, caberá a Paulo Baier agir rápido para, ao menos, estancar as brechas e evitar mais uma derrota na competição. Após isso, o novo treinador terá uma semana até o próximo duelo, no outro sábado, em Belém, diante do Remo. Aí sim, pode começar a prospectar uma vaga entre os oito melhores colocados, avançando aos quadrangulares decisivos. Tarefa árdua, mas bem possível de ser alcançada, basta um pouco de organização a um elenco bom (para a Série C), mas mal treinado.

O “NÃO” de Raul Cabral

Antes de fechar com Paulo Baier, o Figueirense tentou a contratação do técnico do Hercílio Luz, Raul Cabral. O profissional, atualmente na Série D, preferiu ficar no clube cujo projeto é a longo prazo, estável e promissor. Hoje, o alvinegro é uma incógnita e pode representar um atraso na carreira dele.

Raul já passou pelo Figueirense (na base e no profissional), mas foi preterido. Agora, preferiu ficar num clube de Série D ao invés de voltar ao Scarpelli. E acho que ele acerta em sua decisão.

Poderia elencar aqui diversos motivos para concordar com a opção do comandante hercilista, mas quero apenas lamentar o fato de o Figueirense não ser tão atraente, como outrora, passando de referência em Santa Catarina e no sul do Brasil para um grande risco na carreira de quem almeja o futuro profissional.