O bruxismo pode ser a resposta para suas dores de cabeça constantes, dores na cervical que acabam afetando sua rotina de lazer, treino, trabalho, etc. Ele é uma parafunção, ou seja, um transtorno involuntário e/ou inconsciente de movimento, que é de suma importância ser estudado, avaliado, diagnosticado e tratado uma vez que causa desgastes severos nos dentes, é fator risco para desenvolvimento de uma disfunção temporomandibular (DTM) e apresenta alta prevalência na população em geral, acometendo adultos e crianças.

Existem dois tipos de bruxismo: o bruxismo do sono e o bruxismo em vigília. Segundo Lobezzo et al (2018), o bruxismo do sono “é uma atividade muscular mastigatória que ocorre durante o sono”. O bruxismo do sono possui fatores psicossociais como o estresse, ansiedade e depressão e os fisiopatológicos, como os microdespertares (distúrbios do sono) e drogas neuroquímicas (YAP AU, CHUA AP, 2016). Já o bruxismo em vigília, ainda segundo Lobezzo, ocorre quando o paciente está acordado, com atividade dos músculos mastigatórios, caracterizada pelo contato repetitivo ou prolongado, com os dentes e/ou por movimentos mandibulares. De acordo com Manfredini, et al (2013), há uma incidência na população entre 22,1% e 31%. Nesse caso, um dos exames que podem ser sugeridos para diagnóstico é a eletromiografia.

Desenvolvimento do bruxismo

Então podemos ressaltar que o bruxismo possui seu desenvolvimento no sistema nervoso central, e não periférico, dando ênfase maior em todas as questões que precisam ser levantadas para um diagnóstico adequada e possível tratamento/controle.

Para um adequado diagnóstico, seguimos uma sequencia que inicia pelo relato do paciente (e/ou terceiros), segue para um adequado exame clínico (avaliação dental, palpação muscular, observação de assimetrias faciais, presença de estalos/ruídos na articulação temporomandibular, avaliação respiratória, uso de medicação, alimentação, dores de cabeça constantes, hábitos) somado ao relato do paciente e, ainda, possibilidade de solicitação de uma polissonografia que é um exame não invasivo que mede a atividade respiratória, muscular e cerebral, além de outros parâmetros, durante o sono.

Segundo a American Dental Association (ADA) o consumo de álcool pode elevar a incidência de bruxismo em duas vezes, o de café (8 doses/dia) em uma vez e meia e o tabaco em mais de duas vezes. Conseguimos manter um controle desse hábito evitando consumo de estimulantes (café, álcool, nicotina, por exemplo), manter rotina de horário de sono, reduzir barulho e claridade no ambiente que estará dormindo, exercícios de relaxamento antes de dormir e, quando necessário, que o seu dentista faça a confecção de uma placa oclusal total rígida (não se deve utilizar nenhum tipo de placa que seja “macia”). Essa placa rígida possui características específicas que devem ser muito bem ajustadas para não gerar um dano.

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Camila Pasin

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A Drª Camila Redin Pasin é graduada em Odontologia pela Universidade Federal de Santa Catarina e especialista em Ortopedia dos Maxilares e Ortodontia. É sócia proprietária da AMMÊ Odontologia Especializada e apaixonada pela sua área de atuação! 

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