Mário Medaglia: Os impasses no Figueirense e o racismo em campo

01.10.2021

Mário Medaglia: Os impasses no Figueirense e o racismo em campo

As reações à entrevista coletiva concedida pelo presidente do Figueirense, Norton Bopré, escancararam a sinuca de bico em que o clube está metido desde a desastrosa passagem da Elephant pelo Orlando Scarpelli. O torcedor não deixa por menos, quer recuperação financeira e a formação de um time forte para a próxima temporada.

Acho impossível a, curto prazo, encontrar a solução para o dilema alvinegro. Para chegar a bom termo nesta equação apresentada justo no ano do centenário é preciso ter o que o Figueirense não tem: recursos para equilibrar as contas, apagar um pouco o passado e contratar jogadores que restituam a confiança da torcida.

A curtíssimo prazo a Copa Santa Catarina seria o primeiro objetivo, porque Criciúma e Joinville privilegiaram o Brasileiro, Avaí e Chapecoense já têm vaga na Copa do Brasil. Seria a chance de enfrentar com certa tranquilidade os outros adversários com menos poder de fogo e aí como campeão garantir uma competição rentável para 2022.

Espero que o Figueirense ache o caminho e que apareçam parceiros para acudir o clube em momento tão difícil e oneroso até emocionalmente. Varinha de condão não existe e continuar feito carpideiras chorando por Paulo Prisco não vai adiantar nada. A única coisa definida pelos lados do Scarpelli é que continuam indefinidas as situações do Jorginho e da LA Sports.

Má educação

Edilson e Sandro, jogadores reservas do Brusque, e o torcedor identificado como Douglas Menezes, são os novos personagens de um episódio de ofensas racistas. Este ocorreu quarta à noite no estádio Bento Freitas, em Pelotas. O time catarinense venceu o Brasil por 2 a 0 e logo após primeiro gol o jogo ficou interrompido por cerca de três minutos quando aconteceu o alerta dos atletas ofendidos ao árbitro Jonathan Antero Silva.

O Brusque desta vez sofreu na pele escura dos seus profissionais o que já acontecera no estádio Augusto Bauer com o jogador Celsinho, do Londrina. O fato anterior rendeu multa de R$ 60 mil, 360 dias de afastamento do presidente do Conselho Deliberativo, autor das ofensas e o pior, perda de três pontos do time brusquense, que agora luta contra o rebaixamento.

Os pontos podem ser recuperados em recurso ao pleno do STJD, minimizando os prejuízos do Brusque. Espero que isso não aconteça. Deixaria impunes os constantes maus exemplos de injúrias raciais, cometidas por torcedores covardes, que se escondem no meio das aglomerações. Em Pelotas assistimos a outro flagrante de falta de educação, desrespeito à civilidade e também às regras sanitárias estabelecidas para a volta do público aos estádios.

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