O Figueirense não acabou, nem acabará mesmo com dirigentes/parceiros falando em falência caso a Recuperação Judicial da Associação não seja aprovada na próxima sexta-feira, 18 de outubro. A data é importante para o clube definir os próximos passos dentro, mas especialmente fora de campo.

De acordo com os dados apresentados, a dívida a ser negociada com os credores chega próximo aos R$ 140 milhões. É pouco em relação a outros clubes do Brasil, dizem alguns, porém é gigante em relação ao que o Figueirense tem como receita e potencial de arrecadação.

É preciso entender que o montante devido não é o principal entrave. Por exemplo, se um clube deve R$ 1 bilhão, mas pode arrecadar com cota de tv, venda de ativos, patrocinadores, premiação, torcida, etc, um valor perto disso, ele ainda está “viável”. Não é o caso do Figueirense. Hoje, na Série C, o alvinegro tem menos de R$ 1 milhão de tv, patrocínios escassos, renda diminuta, além de projeção futura de incremento nas receitas no curto e médio prazos bem abaixo de sua dívida.

Até por isso, o resultado da RJ na próxima sexta-feira é fundamental para definir os próximos passos. Também pelo fato de a parceria com a Clave só ser mantida com a aprovação dos credores. Sem tal condição, a parceria acaba e o clube ganha mais um credor.

A pressão é gigante, inclusive com salários atrasados de jogadores e funcionários, bem como após a entrevista do CEO Enrico Ambrogini. Nos próximos dias, muita conversa ainda há de ocorrer para que, finalmente, caso dê tudo certo, o Figueirense possa sonhar com dias melhores. Se der tudo errado, repito, o alvinegro não acabará, afinal tem história, torcida, patrimônio e certamente terá gente disposta a tocá-lo.

Por

Henrique Santos

---

Jornalista, administrador, especialista em gestão do esporte, blogueiro, assessor de imprensa. Apaixonado por futebol e carnaval. Como editor do jornal Alvinegro e do site MeuFigueira, blogueiro da ESPN FC, comentarista do podcast Clássico em Debate, busquei, desde 2009, carregar essa paixão pelo Figueirense com a razão que um jornalista precisa ter.

Fale com o colunista