Pubalgia é uma entidade clínica que possui diversos sinônimos, entre eles: osteíte púbica, pubeíte, pubialgia e/ou hérnia esportiva. O termo pubalgia é o mais comum e normalmente utilizado. Um fato importante é que esta entidade se apresenta como uma afecção, normalmente afetando os tendões do músculo reto abdominal e adutores, assim como a articulação da sínfise púbica.

A sínfise púbica encontra-se na parte frontal da bacia e é o local de união dos ramos púbicos direito e esquerdo, uma articulação pouco móvel. Nesta região estão presos os músculos abdominais, como o reto abdominal ou os oblíquos do abdome, e os músculos adutores do quadril. São musculaturas com funções antagônicas e que atuam na estabilização pélvica.

Entre suas principais causas, apesar de serem fatores controversos, parece que um desbalanço da musculatura do reto abdominal e adutores sejam os mais importantes. Este desbalanço leva a desequilíbrio de toda região, que resulta num quadro de dor e inflamação. A fraqueza da parede abdominal pode, da mesma forma, levar a uma falha na musculatura abdominal inferior ou virilha, com a formação de uma hérnia conhecida como hérnia do desportista, outra causa de pubalgia. Ao contrário da hérnia inguinal tradicional, na hérnia do esportista não se observa nenhuma saliência na região da virilha, ainda que se não for tratada adequadamente estes pacientes possam vir a desenvolver uma hérnia inguinal clássica.

A pubalgia é muito mais frequente em homens do que em mulheres. Também é mais frequente em atletas, sendo muito comum em jogadores de futebol.

A principal queixa do paciente com pubalgia é dor na parte inferior do abdômen, que pode irradiar para a parte de dentro das coxas, região genital, testículos ou períneo. Esta dor ocorre durante a prática esportiva e é frequente durante episódios de chute ou ao executar exercícios de abdominais. Dor durante a atividade sexual pode estar presente.

Muitas vezes realizamos exames diagnóstico da pubalgia. Muitas vezes são necessários para analisar o quadro de pubalgia. Estes exames não servem só para diagnosticar a pubalgia, mas também para descartar outras doenças que podem ser confundidas com a pubalgia. As principais doenças que podem ser confundidas são o impacto femoroacetabular (IFA) e hérnias inguinais. Na pubalgia podemos encontrar lesões dos tendões do reto abdominal e adutores, além de inflamação nos ossos púbicos. Para descartar a hérnia inguinal uma ultrassonografia é realizada. Em casos nos quais há dúvida quanto ao diagnóstico de hérnia é necessário a avaliação de um cirurgião geral.

O tratamento da pubalgia é clínico, eminentemente clínico. Inicialmente repouso e anti-inflamatórios, como um programa de fisioterapia. O principal objetivo é o fortalecimento do CORE (musculatura central) e estabilização da pelve. O tratamento fisioterápico na pubalgia por muitas vezes é longo, porém com ótimos resultados. A maior parte dos pacientes melhora com um tratamento fisioterápico bem realizado. Após a fisioterapia, o paciente deve adotar uma mudança em seus treinamentos; instituindo o fortalecimento do CORE como rotina, com o objetivo de evitar o retorno da pubalgia.

Nos pacientes que não melhoram com tratamento clínico, indicamos a cirurgia. Mas é importante lembrar que estas são exceções. Na cirurgia para pubalgia, buscamos um equilíbrio da musculatura local, assim como correção de problemas mecânicos e instabilidades da sínfise púbica. É de suma importância lembrar que estes diagnósticos e tratamentos devem ser realizados por profissionais médicos e fisioterapeutas experientes e devidamente habilitados.

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Dr. Funchal

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Dr. Luis Fernando Zukanovich Funchal Mestre em Ciências da Saúde Aplicadas ao Esporte e a Atividade Física - UNIFESP Chefe do Departamento Médico do Avaí Futebol Clube Pesquisador do LEBm/HU - UFSC Membro Titular da SBCJ Membro Titular da SBRATE

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